quarta-feira, 6 de junho de 2012

A travessia da vida

Com 71 anos me senti descrente.
E eu, que era neste mundo uma vencida.
Ergo a cabeça e encaro o sol,
Uma águia real aponta-me a subida.
Ao brilho desta chama,
Ensina-me a escrever versos.
Meus olhos tem o tom de pedra rara,
Minhas mãos são fortes.
Ao cantar a sede de Jardim,
Sou triste como folhas abandonadas.
Deus fez-me atravessar meu caminho sozinha,
Tudo que a vida vibra sob o sol da primavera,
Vejo-me começar mais uma vez.
As pisadas do meu caminhar, vou a luta!
Vou conquistar!
Vou vencer!

Mulher criança

Da antiga mágoa
O que farei?
Para esquecer o que vivi lembrando
Teu beijo com gosto de lágrima
De tanto te esperar.
Terei eu,
O que te direi?
Senão posso te dizer,
Por que chorei?
A angústia de amar te esperando
Como ocultar tua sombra em mim,
Que a distância criou?
Feriu indiferente a minha vida,
arrancada em minha carne espinhos,
Intransigentes...
Não percebestes.
O amor puro e trágico de uma mulher criança.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Quanto ao Mistério da vida.
Vejo que ainda não sei viver,
O mundo mal invade pra onde a gente se vira.
Vê em prantos a verdade.

Morre a natureza,
Com a seca no roçado
No milharal morre a espiga
O gado morre no campo de sede


O velho enfinca a enxada no duro torrão do chão,
levantando a poeira
com seu olhar molhado da lágrima
Cantando os versos de Luis Gonzaga

Vai pobre lavrador,
na estrada numa canção no coração
Seu filho espera ansioso por um pouco de água
que seu pai foi buscar no açude quase secando.

domingo, 15 de abril de 2012

Teu Olhar

Eis-me aqui!
A magoa, ora me invade.
E que anseio por vê-lo, que saudade!
Foi sonho, eu sei... Seu olhar é lindo.
Por que meu Deus?
Então voltar, não posso,
por que já não sou mais aquela criatura,
que outrora, como boneca em teus braços ficou.
No espelho, reflexos mostra-me quem sou.
Onde quer que estejas tu me alcanças.
Estou contigo!
Onde quer que eu for, tu estais comigo.

domingo, 8 de abril de 2012

Presente de Deus

Mesmo sem merecer me presenteaste Senhor.
Dando-me olhos para que eu veja as maravilhas que criastes.
Com eles posso ver as borboletas que voam como bailarinas
O céu azul com nuvens em formas de castelos.
Com os meus ouvidos ouço o cantar dos pássaros
Com minhas narinas sinto o perfume das florestas.
Com minhas mãos posso colher uma rosa.
Com o coração fez-me amar a humanidade.
E a te Senhor com os meus pés fazes caminhar ao teu encontro.
Com a boca canto os teus louvores,como os teus frutos
Com o paladar, sinto o sabor do mel.
Como mulher formaste-me o ventre e tornaste-me mãe
E com meus braços, abraço meus filhos e nos olhos lágrimas de mãe.
Obrigado Senhor pelo presente.
A tua criação
Eu te amo meu Deus e querido Jesus Cristo.

domingo, 1 de abril de 2012

Só Ida

Eu vou pensar num verso que fala de boca em boca.
Como se não houvesse perigo.
Um verso descontraído, falando de amor
Não com hipocrisia.
Amor que se espalhe inundando os corações
Como o mundo se tornasse colorido e tudo ficar concebido.
Quero fazer um verso que chame atenção dos jovens
Sobre o amor dividido.
Que só trás hipocrisia enveredando-nos por outros caminhos
Que tem direito, só ida.

domingo, 25 de março de 2012

A lua

Silenciosa.
Ó lua majestosa fica no embalar das nuvens.
Como criança a brincar, não liga para mim.
Que tristonha estou.
As nuvens encobrem seu clarão,
Nem vê que grito teu nome.
Não me deixes sozinha, nem por um segundo.
Não me deixes, por favor não me deixes,
minha alma chora, grita, implora.
Não me deixes!
Ó lua das pequenas coisas,
lembro-me e choro.
Lágrimas de amor e saudades,
mais uma vez te peço, me procures.
Preciso de te, te espero, meus cabelos embranquecem,
tendo a lua como testemunha
de um amor puro e sincero.
Um beijo de criança, que nos teus braços fortes me apertavas,
meu corpo frágil contra o teu se chegava.
Testemunha silenciosa,
a invejosa, pouco a pouco se afastava.
Beijando as águas pura e cristalina das fontes.