domingo, 25 de março de 2012

A lua

Silenciosa.
Ó lua majestosa fica no embalar das nuvens.
Como criança a brincar, não liga para mim.
Que tristonha estou.
As nuvens encobrem seu clarão,
Nem vê que grito teu nome.
Não me deixes sozinha, nem por um segundo.
Não me deixes, por favor não me deixes,
minha alma chora, grita, implora.
Não me deixes!
Ó lua das pequenas coisas,
lembro-me e choro.
Lágrimas de amor e saudades,
mais uma vez te peço, me procures.
Preciso de te, te espero, meus cabelos embranquecem,
tendo a lua como testemunha
de um amor puro e sincero.
Um beijo de criança, que nos teus braços fortes me apertavas,
meu corpo frágil contra o teu se chegava.
Testemunha silenciosa,
a invejosa, pouco a pouco se afastava.
Beijando as águas pura e cristalina das fontes.

domingo, 18 de março de 2012

Calma, Natureza viva

Calma, Natureza viva
 Vontade de ficar nesse sossego toda vida.
Andar a toa, falando sozinha.
Enquanto vejo as folhas rolando ao vento.
Ninguém chega para ver a natureza que triste!
Contemplo, as gotas de orvalho, molha-me o rosto.
E silêncio...
Misturando as lágrimas que por ti choro.
Deixa-me aqui livre, sozinha, ouvindo os cantos dos pássaros.
Sonoro e triste fecho os olhos...
E invento musicas suaves nas palavras.
Eu gosto daquilo que imagino,
Já me dá contentamento,
Eu sou terra
Eu sou a rosa
Eu sou o campo
Eu sou a voz do vento. 

domingo, 11 de março de 2012

O Banquete

Como criança me encontro em um grande banquete de plantas, árvores e coqueiros.
Meus olhos famintos percorrem as serras, devorando-as, com insaciáveis desejos.
Meu coração transborda de amor e alegria
Tenho vontade de correr como criança.


Fecho os meus olhos...
Vejo-me criança  correndo sobre as sombras das árvores,
Gotas d'água molham meu corpo.


E de repente vejo meu semblante
Nas águas cristalinas que descem das montanhas.


O tempo passou e vejo rugas no meu rosto
A juventude perdida no meio do asfalto,
Cheiro de óleo e máquinas destruidoras,
Violência, miséria.


Oh, juventude perdida!


A tecnologia faz os homens se sentirem grandes
Que pena!
Levanto a cabeça  me vejo,
Novamente em um grande banquete
Pássaros cantando fazem seus ninhos.


O vento sopra em meu rosto,
E com sorriso sinto-me novamente como criança.
Banho-me nas águas cristalinas
Depois de 40 anos.

domingo, 4 de março de 2012

Só cinzas


Chegou a mim
Como brasas acesas
O meu corpo em chamas
Como o sol ardente do verão.


Enfim chegou a primavera
Deixei-me envolver na brisa
Como uma flor despetalada ao vento
á espalhar-se pelo chão.


Só resta agora os galhos retorcidos
Secos...
A espera de alguém que novamente lance ao fogo
Mas, a espera foi inútil
Transformou-se em cinzas.